5. EDUCADORES

5.         EDUCADORES
Manifesto dos Educandos Internos da Comunidade de Atendimento Socioeducativo de Salvador – CASE Salvador “Os Dez Motivos dos Adolescentes da CASE Salvador contra a Redução da Maioridade Penal”


O documento “Os Dez Motivos dos Adolescentes da CASE Salvador contra a Redução da Maioridade Penal” foi elaborado por ocasião das comemorações dos 18 anos de Estatuto da Criança e do Adolescente na Comunidade de Atendimento Socieducativo de Salvador – CASE Salvador, durante os dias 14 a 18 de Julho de 2008, através de discussões com os adolescentes em cumprimento de medida socieducativa de internação, e com a participação de representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescentes – CMDCA, Conselho Regional de Psicologia da 3ªRegião – CRP 03 e visitantes do instituto italiano Lavis. Os argumentos defendidos pelos protagonistas do debate são os seguintes:


Os Dez Motivos dos Adolescentes da CASE Salvador contra a Redução da Maioridade Penal
 1.  Os adolescentes já são responsabilizados através das medidas socioeducativas previstas pelo ECA ( uma vez que a maioria da sociedade acredita que os maiores de 18 anos ficam impunes diante do ato infracional);
          2.  O voto aos 16 anos não é obrigatório, ou seja, subtende-se que o adolescente não é suficientemente maduro, o mesmo valendo para a responsabilização no âmbito penal;

3.  Não é necessário reduzir a maioridade penal e sim dar cumprimento efetivo ao Estatuto da Criança e do Adolescente, assegurando-lhes seus direitos fundamentais de educação, lazer, trabalho, profissionalização, saúde e infra-estrutura;

4. Muitos jovens praticam atos infracionais como resultados de falta de políticas públicas voltadas à criança e ao adolescente que lhes permitam atuar na sociedade como verdadeiros cidadãos;

5.   O sistema prisional promove a ociosidade;

6. Há superlotação no sistema prisional, ocasionando condições sub-humanas;


 7. O sistema prisional não tem uma visão socioeducativa;

8.   O sistema prisional não educa, é uma escola para o crime;

9. O adolescente não são responsáveis pelos altos índices de violência na sociedade, sua participação corresponde, segundo pesquisas, a menos de dez por cento das informações mostradas em torno de um por cento de atos contra a vida.

10.   É socialmente sensato dirigir, morar sozinho, ser pai, mãe, trabalhar apenas a partir 18 anos: portanto, o jovem não deve ser penalizado criminalmente aos 16 anos.   
 






Jogos e brincadeiras no processo de aprendizagem


A brincadeira constitui um incentivo ao desenvolvimento de novas habilidades e à busca de novas explicações, pois, para as crianças, é sempre mais agradável trabalhar sobre situações imaginárias e hipotéticas, seguindo determinadas regras. Os jogos e as brincadeiras são fontes de felicidade e prazer que se fundamentam no exercício da liberdade e, por isso, representam a conquista de quem pode sonhar, sentir, decidir, arquitetar, aventurar e agir, com energia para superar os desafios da brincadeira, recriando o tempo, o lugar e os objetos.Brincar é colocar a imaginação em ação. O bom jogo não é aquele que a criança pode dominar corretamente, o importante é que a criança possa jogar de maneira lógica e desafiadora, e que o jogo proporcione um contexto estimulador para suas atividades mentais e amplie sua capacidade de cooperação e libertação.

Nesse sentido, o lúdico tem caráter de liberdade e subversão da ordem que contrapõe a lógica da produtividade; indica pistas para definição de papéis sociais e da cultura humana subjetiva.

As brincadeiras estabelecem a relação entre o mundo interno do individuo - imaginação, fantasia, símbolos - e o mundo externo - realidade compartilhada com os outros. Ao mesmo tempo, as crianças, ao brincarem, vão criando condições de separarem esses dois mundos e de adquirirem o domínio sobre eles.

Através da brincadeira, a criança se apropria da realidade, criando um espaço de aprendizagem em que possam expressar, de modo simbólico, suas fantasias, desejos, medos, sentimentos, sexualidade e agressividade.

Nos jogos, a criança começa a estabelecer e entender regras constituídas por si e/ ou pelo grupo. Desse modo, estará elaborando e resolvendo conflitos e hipóteses de conhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a capacidade de entender pontos de vista diferentes do seu ou de fazer-se entender e de coordenar o seu ponto de vista com o do outro.

Por meio dos jogos, pode se criar uma série de situações que envolvam equilíbrio e outros desafios corporais para crianças com uso de objetos, de obstáculos e alvos. Combinados entre si, os jogos podem garantir situações significativas de aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento cognitivo e social da criança. Em grupo, os jogos também podem contribuir para desenvolver a solidariedade e a cooperação.

Os jogos e as brincadeiras ajudam as crianças a vivenciarem regras preestabelecidas. Elas aprendem a esperar a sua vez e também a ganhar e perder. E com isso, incentivam a autoavaliação da criança, que poderá constatar por si mesma os avanços que é capaz de realizar, fortalecendo assim sua autoestima.

 

Eliane da Costa Bruini
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em Pedagogia 
Pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL


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