KIT PEDAGÓGICO 2013 (Julho e Agosto)

CENTRO SOCIAL NOSSA SENHORA DO BOM PARTO

         KIT PEDAGÓGICO 2013
       (Julho e Agosto)

Grupo de Trabalho KIT PEDAGÓGICO
CEC A Nossa Casa
CEC Santa Rosa de Lima
Creche Nossa Senhora da Providência
CEI Sapopemba II
CEC Emília Mendes
Casa Vida II
CEC Maria Cursi
CEC São Pedro
CRECHE Dom Luciano
CEI Dom Décio PEREIRA
CEC Dona Perseverança
CEI Mãe da Esperança
GAPP                                                                                   

   2ª EDIÇÃO 2013

Carta de Apresentação

Carta de Apresentação
Caros educadores,

“É fundamenta diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal maneira que num dado momento a tua fala seja a tua prática”.
Paulo Freire


“Um excelente educador não é um ser humano perfeito, mas alguém que tem a serenidade para se esvaziar e sensibilidade para aprender”.
Augusto Cury
Este material tem o objetivo de subsidiar os educadores nas suas práticas pedagógicas do dia a dia, inovar e acrescentar nas unidades de atendimentos idéias que favoreçam o desenvolvimento integral dos nossos educandos.
Abraços fraternos,
GT Kit Pedagógico e GAPP.
 



Índice:

Índice:

1. Creche e CEI
2. CEC e Profissionalizantes
3. Acolhimento
4. Mediação de Leitura
5. Educadores
6. Culinária

7. Projetos sucessos das unidades




1.Creche e CEI Cantigas de Roda/Brincadeiras Folclóricas

1.Creche e CEI
Cantigas de Roda



Marcha Soldado
Marcha Soldado Cabeça de Papel Se não marchar direito Vai preso pro quartel O quartel pegou fogo A polícia deu sinal Acorda acorda acorda A bandeira nacional
Pirulito que Bate Bate
Pirulito que bate bate Pirulito que já bateu Quem gosta de mim é ela Quem gosta dela sou eu Pirulito que bate bate Pirulito que já bateu A menina que eu gostava Não gostava como eu

O Cravo e a Rosa

O Cravo brigou com a rosa Debaixo de uma sacada O Cravo ficou ferido E a Rosa despedaçada O Cravo ficou doente A Rosa foi visitar O Cravo teve um desmaio A Rosa pos-se a chorar.

Ciranda Cirandinha
Ciranda Cirandinha Vamos todos cirandar Vamos dar a meia volta Volta e meia vamos dar O Anel que tu me destes Era vidro e se quebrou O amor que tu me tinhas Era pouco e se acabou Por isso dona Rosa Entre dentro desta roda Diga um verso bem bonito Diga adeus e vá se embora

Atirei o Pau no Gato
Atirei o páu no gato tô tô Mas o gato tô tô Não morreu reu reu Dona Chica cá Admirou-se se Do berro, do berro que o gato deu Miau!

Terezinha de Jesus
Terezinha de Jesus deu uma queda Foi ao chão Acudiram três cavalheiros Todos de chapéu na mão O primeiro foi seu pai O segundo seu irmão O terceiro foi aquele Que a Tereza deu a mão Terezinha levantou-se Levantou-se lá do chão E sorrindo disse ao noivo Eu te dou meu coração Dá laranja quero um gomo Do limão quero um pedaço Da morena mais bonita Quero um beijo e um abraço.


Samba Lelê
Samba Lelê está doente Está com a cabeça quebrada Samba Lelê precisava De umas dezoito lambadas Samba , samba, Samba ô Lelê Pisa na barra da saia ô Lalá Ó Morena bonita, Como é que se namora ? Põe o lencinho no bolso Deixa a pontinha de fora Ó Morena bonita Como é que se casa Põe o véu na cabeça Depois dá o fora de casa Ó Morena bonita Como é que cozinha Bota a panela no fogo Vai conversar com a vizinha Ó Morena bonita Onde é que você mora Moro na Praia Formosa Digo adeus e vou embora.

Capelinha de Melão
Capelinha de Melão é de São João É de Cravo é de Rosa é de Manjericão São João está dormindo Não acorda não ! Acordai, acordai, acordai, João !

Nesta Rua
Nesta rua, nesta rua, tem um bosque Que se chama, que se chama, Solidão Dentro dele, dentro dele mora um anjo Que roubou, que roubou meu coração Se eu roubei, se eu roubei seu coração É porque tu roubastes o meu também Se eu roubei, se eu roubei teu coração É porque eu te quero tanto bem Se esta rua se esta rua fosse minha Eu mandava, eu mandava ladrilhar Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante Para o meu, para o meu amor passar.

Fui no Tororó
Fui no Tororó beber água não achei Achei linda Morena Que no Tororó deixei Aproveita minha gente Que uma noite não é nada Se não dormir agora Dormirá de madrugada Oh ! Dona Maria, Oh ! Mariazinha, entra nesta roda Ou ficarás sozinha! Sozinha eu não fico Nem hei de ficar Por que eu tenho o Pedro Para ser o meu par!

Boi da Cara Preta
Boi, boi, boi Boi da cara preta Pega esta criança que tem medo de careta Não, não, não Não pega ele não Ele é bonitinho, ele chora coitadinho.

Peixe Vivo


Como pode o peixo vivo Viver fora da água fria Como pode o peixe vivo Viver fora da água fria Como poderei viver Como poderei viver Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia Os pastores desta aldeia Já me fazem zombaria Os pastores desta aldeia Já me fazem zombaria Por me verem assim chorando Por me verem assim chorando Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia.


Brincadeiras Folclóricas

Brincadeiras Populares ou brincadeiras Folclóricas, são aquelas brincadeiras antigas e que são passadas de geração para geração mantendo suas regras básicas de origem. Muitas delas existem há séculos, e por vezes costumam ter variações ou sofrer modificações de acordo com a região do Brasil, porém os objetivos das brincadeiras são sempre os mesmos. A preservação destas brincadeiras é muito importante pra a preservação da história e do folclore do nosso país. O mês de Agosto é dedicado ao folclore por isso por isso o Portal Brasil Cultura apresenta abaixo algumas brincadeiras famosas e interessantes que ainda hoje agradam as crianças de diversas faixas etárias.
Pipa: 

Também conhecida como papagaio, pandorga, raia, é geralmente uma brincadeira para meninos, e são feitas de papel de seda colorido e varetas de madeira. Em dia de vento as pipas são soltas pelos meninos, através do fio que as prende a um carretel o menino pode manusea-la nos céus. Entretanto é bom lembrar que as pipas não vem ser soltas perto da rede elétrica já que a mesma pode encostar num fio do poste e causar um choque violento. O bom é soltar a pipa na praia, ou no campo.



Esconde-esconde: 
A criança tem de se esconder e não ser encontrada, a criança que deverá procurar os demais elementos do grupo deve permanecer de olhos fechados e contar até 10 para que todos tenham tempo de se esconder. Após a contagem, a criança sai em busca dos amiguinhos que estão escondidos. Para ganhar, a criança que está procurando deve encontrar todos os escondidos e correr para a base.
Pega-pega: 

Esta brincadeira envolve muita atividade física. Uma criança deve correr e tocar outra. A criança tocada passa ter que fazer o mesmo.
Bolinha de gude: 

Bolinhas coloridas e feitas de vidro, são jogadas num circulo feito no chão de terra pelos meninos. O objetivo é bater na bolinha do adversário e tira-la de dentro do circulo para ganhar pontos ou a própria bola do colega.
Bate figurinha: 

Os meninos reúnem as figurinhas dos álbuns que são repetidas, fazem um montinho e batem a mão sobre elas, as que virarem ao contrário é ganha por quem bateu a mão. O jogo é feito de comum acordo entre todos, e só vale bater figurinhas repetidas para que ninguém saia no prejuízo.


Roda Pião:

Feitos de madeira, os piões são rodados no chão através de um barbante que é enrolado e puxado com força. Para deixar mais emocionante a brincadeira, muitos meninos fazem malabarismo com os piões enquanto eles rodam. O mais conhecido é pegar o pião com a palma da mão enquanto ele está rodando.

1.Creche e CEI: Folclore

























2.CEC e Profissionalizantes: Jogos Recreativos

2.CEC e Profissionalizantes
Jogos Recreativos

Queimada Invertida
Material: Bola de Vôlei ou de Borracha

Desenvolvimento: É dividida a turma em dois times, um time em cada lado da quadra, é escolhido o lado da quadra. Começa a queimada e quando um participante é queimado ele passa para a outra equipe. Vence a equipe que conseguir ficar com mais participantes no seu time.

 Futsal Recreativo
Material: Cabo de Vassoura e bola de tênis

Desenvolvimento: Formado duas equipes com cinco participantes cada, cada participante com um cabo de vassoura de um metro. Objetivo é fazer gol no time adversário empurrando a bola com o bastão. Não é permitido entrar na área, pois também não existe goleiro, e também se o cabo de vassoura toca no adversário é falta, na marca do Pênalti sem goleiro.

Handebol Recreativo
Material: Bola de Handebol e Bambo lê

Desenvolvimento: Dois times de seis participantes, ½ quadra e um bambo lê amarrado no gol. Cada bola que passar por dentro do bambo lê vale um gol. Quando a bola não passar pelo meio do bambo lê a equipe que arremessou perde a posse da bola; a outra equipe dará saída no circulo central.

Pega-Pega Congelante
Desenvolvimento: Apenas um participante como pegador, objetivo é tentar congelar os outros participantes. Para o participante congelado ficar livre novamente, um dos participantes livres deve passar por debaixo das penas do participante congelado.





As brincadeiras de rua mais populares entre as gerações dos anos 80 e 90 estão quase extintas. Hoje, com os jogos eletrônicos e a insegurança das grandes cidades, elas caíram no esquecimento.  Vamos relembrá-las para, quem sabe.  
 Jogo da verdade ou conseqüência

Bastava surgir alguma fofoca para esta brincadeira entrar em evidência. Era polêmica pura na rua. São poucos os que admitem, mas o interesse maior era na conseqüência que quase sempre era um selinho no menino (ou menina) mais bonito(a) da turma, ou um mico onde todo mundo se divertisse não é?



Stop


O jogo era o favorito nas tardes ociosas, lembra? Bastavam duas pessoas, uma folha de caderno, lápis e pronto: estava “armada” a pequena competição. A brincadeira, também conhecida como “o stop” ou “adedanha”, é um jogo no qual desenha-se uma tabela em um papel para cada jogador. Cada coluna recebe o nome de uma categoria de palavras como animais, automóveis, nomes, cores, minha sogra é etc. Cada linha representa uma rodada, onde é feito um sorteio para decidir qual letra do abecedário irá valer para preencher as categorias.
Pega-Pega



Esta brincadeira consiste em uma das crianças ser o “pegador”. A pessoa que ela tocar primeiro e pegar, será a próxima a ser o “pegador”. Tem também o “pique”, onde quem está fugindo pode tocar e ficar protegido de ser pego. A brincadeira só termina quando todas as crianças forem pegas.
 Cabra-cega


Forma-se uma roda e uma criança é escolhida para ficar vendada no centro de todos. Ela gira três vezes e tenta pegar alguém que está na roda. Quando a criança que estiver vendada descobrir quem é a criança que ela pegou e dizer seu nome, essa passa a ser a próxima a ser vendada.

Esconde-esconde

Uma criança é escolhida por sorteio e se vira para uma parede, conta até trinta e as outras vão se escondendo. Ela tem que encontrar as crianças e correr até a parede e bater dizendo o nome da criança que ela encontrou. A primeira que ela encontrar será a próxima que vai procurar as outras. Nessa mesma parede é o pique, o local onde crianças que não foram encontradas podem bater um, dois, três e ficar livre de ser a próxima a ter que procurar quem se esconde.
Queimada



Divididos em dois times, grandes grupos de crianças suam a camisa (correndo o tempo todo) com o objetivo de eliminar os adversários com boladas e fugir das tentativas deles de eliminá-los.
 Taco




 Vamos ver se conseguimos explicar a brincadeira. Funciona assim: no jogo, as equipes são formadas por 2 integrantes cada, ficando um de cada equipe junto a “cela”. Enquanto uma equipe está com o taco, a outra fica com a bola. O objetivo do jogo é cruzar (ou bater) os tacos, a equipe que bater os tacos na quantidade pré-estabelecida primeiro ganha o jogo, mas para isso tem que rebater a bola arremessada pela equipe adversária, que tem o objetivo de derrubar a cela. Quando a cela é derrubada a equipe que está com a bola passa a ficar com o taco. Lembrou?
Rouba Bandeira


O jogo funciona assim: cada equipe coloca a sua bandeira no centro da linha de fundo do campo adversário. O objetivo é recuperar a bandeira sem ser tocado. Quem for pego fica parado no lugar até que um colega de equipe se arrisque a salvá-lo. Para isso, basta tocá-lo. Assim, ele fica livre para voltar ao jogo.


 Amarelinha

A amarelinha é uma das brincadeiras de rua mais tradicionais do Brasil. Talvez seja pelo fato de a brincadeira ser tão fácil (e divertida) de brincar. Não são precisos aparelhos ou acessórios caros. Dá para pular dentro de casa, no quintal, na rua, na escola… Basta usar o chão, ter algo para desenhar o riscado e um objeto pequeno para marcar as “casas”. A pedra é lançada na primeira casa e o jogador deve percorrer o trajeto do traçado pulando, evitando o quadrado onde a pedra caiu. A seqüência se repete enquanto a pedra avança de casa em casa e o grau de dificuldade aumenta.




2.CEC e Profissionalizante: Folclore na Região Nordestina


Folclore na Região Nordestina


DANÇA
Frevo: Dança e música do carnaval em Recife, de ritmo agitado e impetuoso, cujos numerosos participantes (passistas), vestidos com fantasias típicas e agitando no ar pequenos guarda-chuvas coloridos, executam coreografia individual, singularizada por ágil movimento de pernas que se dobram e estiram freneticamente. A sombrinha usada pelos pernambucanos durante o frevo era usada pelos escravos, que utilizavam bengalas de madeira, para atacar, se defender. As pernadas, o giro, a tesoura, etc. Existe na capoeira, só que no frevo é utilizado em ritmo acelerado.
Capoeira: Tudo leva a crer que a capoeira, um misto de dança e luta, tenha sido criada e desenvolvida no Brasil pelos escravos e seus descendentes, como meio de defesa, com base em tradições africanas, pois as referências populares e de estudiosos sempre mencionam as capoeiras de Angola e Regional.
O expoente máximo da primeira foi Mestre Pastinha; e da segunda Mestre Bimba que, além de nela introduzir variações sutis, criou os golpes “ligados” e “cinturados”, que não existem na capoeira de Angola, forma original da luta/dança. Segundo Mestre Pastinha, “capoeira é ginga, é malícia”. Ambos têm milhares de seguidores, em todo o mundo.
Em seu desenvolvimento, a capoeira tomou uma forma de revide, em resposta às ameaças e agressões físicas sofridas pelos escravos. Como arma de combate, ela utiliza osnas, as mãos, os pés, a cabeça, os cotovelos, os joelhos e os ombros. Dos grupos de capoeira participam lutadores, com golpes de ataque e defesa, e instrumentistas.
Os instrumentos utilizados na capoeira são: berimbau de barriga, caxixi, atabaque, pandeiro e reco-reco. O berimbau é o mais importante deles, pela sua originalidade e por dirigir o ritmo da luta. Existem vários toques, cada um com sua finalidade.
RELIGIÃO
Candomblé: Nem precisa ser adepto do Candomblé para vestir roupas brancas na sexta-feira. Esta já é uma tradição na Bahia, em homenagem ao deus Oxalá que, no sincretismo, representa Jesus Cristo. E muitos outros costumes, trazidos com essa religião afro, já se incorporaram ao dia-a-dia dos baianos, de todas as raças e classes sociais.





No início da colonização, os rituais do candomblé eram praticados nas próprias senzalas e nos terreiros das fazendas, onde trabalhavam os escravos africanos e seus descendentes. O mais antigo terreiro de Candomblé da Bahia nasceu há 450 anos, é conhecido como Engenho Velho ou Casa Branca e fica na avenida Vasco da Gama, em Salvador. Deste, originaram-se duas casas, ainda hoje de grande importância: o Gantois, na Federação, e o Axé Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro, que deram origem a muitas outras, em cada canto de Salvador, das principais cidades do interior e de outros estados brasileiros.
Culto antigo, o candomblé tem como objetivo a adoração aos orixás, considerados como espíritos da Natureza, provenientes dos elementos terra, fogo, água e ar. São deuses guerreiros, protetores da caça, da maternidade, reis e rainhas da África, e outros, que vivem nos corações de seus descendentes. Eles são venerados em iniciações secretas e em festas de um ciclo anual, dedicadas a cada um deles. Nas festas, abertas ao público - homem de um lado, mulher de outro - os filhos-de-santo e adeptos dançam vestidos com as roupas e cores características, ao som de atabaques, entrando em transe e incorporando os espíritos dos orixás.



Ser baiana de acarajé significa muito mais do que ser uma vendedora ambulante, com seu tabuleiro, oferecendo os deliciosos quitutes da culinária afro-baiana. A maioria delas faz esse trabalho como “obrigação de santo”, reverenciando os orixás que guiam suas cabeças – inicialmente apenas Iansã – e, em troca, tiram daí o seu sustento e o de suas famílias.
A cada dia, ela está vestida com as cores do santo daquele dia e exibe no pescoço as guias de contas na cor do santo de sua cabeça e outros orixás dos quais gosta (ou os quais precisa) reverenciar. A roupa, de origem africana, já se transformou em marca registrada: a roupa de baiana, com saia rodada, blusa rendada, pano da costa, turbante, sandália fechada na frente e aberta atrás.
Um outro atestado de que existe reverência religiosa aos orixás do candomblé, na atividade de baiana de acarajé, são os pequenos acarajés fritos antes da primeira fritura comercial, dedicados aos orixás meninos, os ibêje.

FESTAS
Festa de Iemanjá: Dia 2 de fevereiro é dia de festa na terra e no mar para reverenciar Iemanjá. A deusa dos oceanos é homenageada todos os anos pelos baianos e turistas que lotam as ruas e praias do Rio Vermelho, o bairro boêmio de Salvador, para participar da grande festa, que é a entrega do presente à rainha das águas.
Desde as primeiras horas da manhã, os fiéis começam os preparativos para a grande festa. Formam-se filas quilométricas de devotos para colocar as oferendas e pedidos nos balaios, que são guardados na Casa do Peso – uma espécie de templo à divindade – até a hora de serem levados para alto mar.
Os presentes são, na maior parte, pentes, espelhos, sabonetes, talcos, perfumes e muitas flores, tudo que possa interessar a uma mulher vaidosa. Contam os pescadores mais antigos que houve época em que colocaram até jóias como forma de agradecer as graças alcançadas. O ponto alto da festa acontece no final da tarde, quando o cortejo marítimo de cerca de 500 embarcações leva para alto mar os balaios que vão ser “arriados”. Nesse momento, a multidão se espalha ao longo da praia e sobre os rochedos, ao mesmo tempo em que entoa cânticos em yorubá, ao som dos atabaques, chamando Iemanjá para receber aquelas oferendas.




De vários pontos da praia do Rio Vermelho dá para apreciar a cerimônia, que é de rara beleza. No saveiro que puxa o cortejo vai o presente principal dos pescadores, que pedem melhores pescarias e águas tranqüilas. Mais atrás, as outras embarcações levam outros balaios e dão um colorido especial ao mar, seguindo fielmente o saveiro principal em procissão. Quando as embarcações chegam no local determinado para “arriar” os balaios, acontece um momento de apreensão: conta a lenda que, se a Mãe d’Água não aceitar as oferendas, os balaios flutuam sem afundar no mar, o que, para os pescadores, é mau sinal. No entanto, o ritual serve também como um afago para a Senhora dos Mares, que sempre recebeu os presentes dos devotos.
Como a maioria das festas de largo de Salvador, acontece em paralelo aos festejos religiosos, uma grande festa de largo que se estende, com muita animação, até a madrugada do dia seguinte. No largo de Santana, próximo à Igreja, e nas ruas laterais são armadas barracas, freqüentadas por muita gente que, depois de depositar os presentes nos grandes balaios, reúne-se nas barracas para beber e cantar num animado samba-de-roda.
Iemanjá é sincretizada como Nossa Senhora da Conceição e, nos templos de candomblé, o sábado é considerado como seu dia de devoção e sua cor é o azul claro. Ela um orixá marítimo, considerado a entidade feminina mais importante do candomblé. No simbolismo afro-brasileiro, a divindade é representada como uma mulher de grande ventre e seios volumosos com uma gamela na cabeça.


Na Bahia, esta imagem foi suplantada pela da sereia. Na cerimônia do candomblé, a dança de Iemanjá é solene, cheia de ondulações, semelhante ao movimento das águas do mar.

LITERATURA
Literatura de Cordel: É um gênero derivado do romanceiro europeu que se desenvolve desde o tempo de Carlos Magno. O nome "Cordel" vem dos varais improvisados com cordinhas para pendurar os folhetos com versos que relatam acontecimentos dramáticos do cotidiano da história política, ou reproduzem lendas e histórias. Os folhetos são impressos em papel barato e ilustrados com xilogravuras e encontrados principalmente no Nordeste e nas cidades para onde houve grande migração de nordestinos. Os próprios artistas costumam vendê-los nas feiras e ruas.
No início do século, estudiosos do folclore brasileiro temiam que o cordel - principal fonte de informação das populações mais pobres do interior - desaparecesse com o aumento das tiragens dos jornais, o que acabou não acontecendo. Mas há adaptações, principalmente em São Paulo, onde vive a maior comunidade de nordestinos do Brasil. Surge o cordel industrializado, impresso em gráfica, em papel de melhor qualidade e com conteúdo mais literário.
Temas principais - As grandes enchentes, as vidas dos artistas mais populares, as façanhas de Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900 - 1938) e seus cangaceiros, a epopéia do rei Carlos Magno e os Doze Pares de França são alguns dos temas dos cordéis de maior tiragem. Um dos campeões de vendas é A morte de Getúlio Vargas, lançado logo após o suicídio de Getúlio, em agosto de 1954, vendeu 70 mil exemplares em 48 horas. Um dos poetas de cordel mais conhecidos é o pernambucano Leandro Gomes de Barros (1865-1918), autor de mais de mil títulos.
A literatura de cordel é classificada em três grupos: folhetos (08 páginas), romances (16 páginas), estórias (32 a 48 páginas).





TRADIÇÕES
Reisado: Auto popular profano-religioso, formado por grupos de músicos, cantores e dançadores, que vão de porta em porta, no período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, anunciar a chegada do Messias, homenagear os três Reis Magos e fazer louvações aos donos das casas onde dançam.
Sua principal característica é a farsa do boi que constitui um dos entremeios ou entremeses, onde ele dança, brinca, é morto e ressuscitado.
Portanto, no sentido estrito, são reisados em Alagoas, além do próprio Reisado, o Bumba-meu-Boi e o Guerreiro. A marca alagoana do reisado é que no Estado ele misturou com o Auto dos Congos, por si próprio já um Reisado.
A origem desse folguedo é portuguesa. Em Portugal, na Idade Média, era costume os grupos de janeiro e reiseiros saírem pelas ruas pedindo que lhe abrissem as portas e recebessem a nova do nascimento de Cristo. Os donos das casas recebiam os grupos e a eles ofereciam alimento e dinheiro.
Lavagem do Bonfim: Todo mês de janeiro, milhares de romeiros juntam-se em Salvador para lavar as escadarias da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim. Esse ritual iniciou-se no século XVIII, ainda muito timidamente. Com o passar do tempo, o número de participantes foi aumentando e, hoje, é uma das mais tradicionais cerimônias religiosas do país. Depois da lavagem, os romeiros vão para as ruas da cidade, onde fazem uma grande festa, com direito a capoeira, samba e muita comida típica.


COMIDA TÍPICA
A formação cultural do Nordeste, região com área de 1.561.177,8km2, gerou a mais diversificada culinária do Pais. Marcada, no entanto, por singulares diferenças. São inúmeras as alternativas, a começar pelos pratos vindos da Africa. Comece pelos abarás e acarajés, na Bahia. Ante-pastos aos vatapás e às moquecas de peixe, de ostras, de camarões, iguanas douradas pelo azeite de dendê. Há, também, pratos à base de peixes dos mais vários tipos, servidos em formas várias: sopas, escaldados, cozidos. E casquinhas de caranguejo, frigideiras de siri mole e cavaquinhas. Não é só no mar que nascem as delicias. Oferece a cozinha nordestina pratos exóticos, elaborados com carnes de porco, de cabrito, de carneiro. E aves. Prazeres que vão desde as tripas à sergipana até a carne de sol à Natal, passando pelo xinxim de galinha e pela galinha d’Angola de Teresina.
No Nordeste, é fundamental também provar a feijoada à alagoana, o cozido à baiana, o mocotó e o bobó de inhame, criações capazes de acalentar os mais exigentes paladares. À sobremesa, delicie-se com cocadas, sorvetes e refrescos feitos com frutas típicas, como taperebá, manga, araçá, cajú e pitanga, graviola e mangaba. Há mais, porém. No Maranhão, estado que faz parte também da Região Norte, entregue-se, de corpo e alma, aos camarões, servidos como melhor lhe convier. Mas não se esqueça de degustá-los fritos, ao alho e óleo. E uma pedida fundamental. Que prepara o espírito para incursões pelo pudim de peixe maranhense, acompanhado de arroz de cuxá.