FIQUE POR DENTRO! PODE GERAR RENDA!

OFICINAS E CURSOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL
PROGRAMAÇÃO



  ASSOCIAÇÃO DANYANN:
APRENDER E EVOLUIR



CURSOS / OFICINAS
HORÁRIOS:
CERTIFICADOS:
INFORMÁTICA E MANUTENÇÃO DE MICROS
     De Segunda, quarta e sexta-feira.
Das 14h00min as 17h00min
               Período: 06/08/12 a          5/10/12
SENAI E ASS.DANYANN
RECEPCIONISTA
De terça e quarta-feira
Das 15h00min min às 18h00min
    Período: 14/08/12 a 26/09/12
SENAI E ASS.DANYANN
INGLÊS
          As quintas-feiras
     Das 14h00min as 17h00min
              Período: 09/08/12 a 06/12/12

ASS.DANYANN
Em parceria Cambridge University Press
COMUNICAÇÃO VERBAL: COMO FALAR EM PUBLICO
                As sextas-feiras
       Das 14h00min as 16h00min
      Período: 24/08/12 a 16/11/12
ASS.DANYANN


          ITALIANO

                As sextas-feiras
    Das 17h00min as 18h00min
     Período: 24/08/12 a 07/12/12
ASS.DANYANN
CULINÁRIA
As quintas-feiras
Das 15h 30 min às 17h
            Período: 16/08/12 a 04/10/12
ASS.DANYANN
     OFICINADE  ESTAMPARIA
(téc. Serigraficas)
De Segunda, quarta e sexta-feira.
Das 15hs às 18hs
Período: 20/08/12 a 31/08/12
ASS.DANYANN
ARTESANATOS EM GERAL
De Terça e quinta-feira
Das 15h00min as 17h00min
Período: 14/08/12 a 06/09/12
ASS.DANYANN
MANICURE E PEDICURE
   As segundas-feiras
      Das 14h00min as  17h               
    Período: 13/08/12 a  19/11/12
ASS.DANYANN
VIOLÃO E CANTO
As sextas-feiras
Das 15h00min as 18h00min
Período: 17/08/12 a 14/12/12
ASS.DANYANN

                                
Rua: Gaspar Afonso, 141 - Mooca.
Fone: 3791-6387/ 8258-6019

Horário de Atendimento: das 8h 30 min às 18h 00 min
Neste mesmo local também acontece o Bazar Beneficente  que permanecerá aberto em todo o mês de julho nos horário de 2ª a 6ª feira das 8:00 as 12:00 e das 14:00 as 18:00.
Tem roupas de adulto e infantil novas e semi novas, sapatos e acessórios em geral com preços a partir de $3,00.

Kit Pedagogico Mês de Julho Caderno 01 para os educadores.

PRECISA-SE DE PESSOAS
Capazes de sonhar, sem medo dos sonhos.
Tão idealistas que transformem seus sonhos em metas.
Pessoas tão práticas que sejam capazes de transformar suas metas em realidade.
Pessoas determinadas que nunca abram mão de construir seus destinos e arquitetar
suas vidas.
Que não temam mudanças e saibam tirar proveito delas.
Que tornem seu trabalho objeto de prazer e uma porção substancial de realização
pessoal.
Que percebam, na visão e na missão de suas vidas profissionais, de suas dedicações
humanistas em prol da humanidade, um forte impulso para sua própria motivação.
Pessoas com dignidade, que se conduzam com coerência em seus discursos, seus
atos, suas crenças e seus valores.
Precisa-se de pessoas que questionem, não pela simples contestação, mas pela
necessidade íntima de só aplicar as melhores idéias.
Pessoas que mostrem sua face de parceiros legais.
Sem se mostrarem superiores nem inferiores.
Mas... iguais.
Precisa-se de pessoas ávidas por aprender e que se orgulhem de absorver o novo.
Pessoas de coragem para abrir caminhos, Enfrentar desafios, criar soluções, correr
riscos calculados.
Sem medo de errar.
Precisa-se de pessoas que construam suas equipes e se integrem nelas.
Que não tomem para si o poder, mas saibam compartilhá-lo.
Pessoas que não se empolguem com seu próprio brilho
Mas com o brilho do resultado alcançado em conjunto.
Precisa-se de pessoas que enxerguem as árvores.
Mas também prestem atenção nas magias das florestas.
Que tenham percepção de todo e da parte.
Seres humanos justos, que inspirem confiança e demonstrem confiança nos parceiros.
Estimulando-os, energizando-os, sem receio que lhe façam sombra e sim orgulhandose
deles.
Precisa-se de pessoas que criem em torno de si um ambiente de entusiasmo
De liberdade, de responsabilidade, de determinação,
De respeito e de amizade.
Precisa-se de seres racionais.
Tão racionais que compreendam que sua realização pessoal,
Está atrelada à vazão de suas emoções.
É na emoção que encontramos a razão de viver.
Precisa-se de gente que saiba administrar COISAS e liderar PESSOAS.
Precisa-se urgentemente de um novo ser.
(ISAC LIBERMAN)
De pessoas que tenham os pés na terra e a cabeça nas estrelas.








PEDAGOGIA DA SENSIBILIDADE






A cumplicidade nasce através da
relação de confiança
Numa proposta de Marcus De Mário,
em seu livro A Pedagogia da
Sensibilidade, o autor se utiliza dos
preceitos morais, a fim de
proporcionar elementos que
estruturem a construção do caráter
dos indivíduos.
A base para essa construção é
considerarmos, enquanto educadores, que a criança ou o adolescente são
dotados de inteligência e sentimento, que aprendem através do amor, do
exemplo e pelas próprias experiências vividas.
Na visão da psicopedagoga Alicia Fernandez, seria a vinculação positiva entre
ensinante, aprendente e objeto do conhecimento.
A educação moral é defendida desde o século XVIII, e Pestalozzi foi
considerado seu maior defensor. Acreditava que a formação deve ter como
eixo central a realização do homem.
Através dos valores humanos consegue-se aguçar os sentimentos dos
educandos, a fim de trabalhar o desenvolvimento da sua autoestima, além de
aprender que as outras pessoas também são dotadas desses mesmos
sentimentos.
Segundo o autor, nesse processo construtivo, pais e educadores devem
respeitar a sensibilidade de cada sujeito, considerando que uns são mais
sensíveis que outros, além de que a intensidade dessa sensibilidade pode
variar numa mesma pessoa, dependendo do fato ocorrido.
Às vezes uma criança briga com o colega e o chama de bobo, este chora
apresentando muita mágoa, sentimento de dor. A mesma situação vivida por
uma criança com a autoestima mais elevada não provoca tanto sofrimento, pois
a mesma já aprendeu a superar esse sentimento.
Ainda sobre a sensibilidade, “Estudos revelam que crianças que raramente ou
nunca são surradas têm melhor desempenho em testes de inteligência do que
crianças que apanham frequentemente. O atraso no desenvolvimento de suas
capacidades cognitivas está relacionado com a falta de diálogo e afeto dos
pais, fatores de estímulo e enriquecimento de sua capacidade de aprender”, diz
o autor.
Compartilhando vivências e experiências, a criança e o adolescente vão
aprendendo a conviver com as diversas situações da vida, passando a
controlar melhor suas emoções, tornando-se equilibrados emocionalmente, o
que facilitará o processo de aprendizagem e seu desenvolvimento cognitivo.
Da mesma forma, aprenderão a se sensibilizar com o sofrimento do outro,
emocionando-se mais, aumentando a afetividade em relação ao mundo que os
cerca.
O papel da escola, nesse sentido, é também o de trabalhar os valores
humanos existentes nas relações familiares, como: diálogo, afetividade,
amizade, respeito, amor, atenção, carinho, dentre outros, a fim de desenvolver
a Pedagogia da Sensibilidade.
Deve trabalhar com os alunos práticas de cooperação, bondade, solidariedade;
as relações interpessoais; exercícios de vida nas relações cotidianas; além de
desenvolver técnicas de estudo, sensibilização; instinto, sentimento e aspecto
cognitivo.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola


A AVENTURA DO RISCO DE CRIAR:
O EDUCADOR SOCIAL COMO FONTE DE INSPIRAÇÃO
Palestra proferida para educadores sociais em fevereiro de 2003.

Começo por vos contar uma história que aprendi há alguns anos atrás, lá pelos
anos 70. Matriculado em escola pública, cursei a primeira série numa escola
municipal no ano de 1974. Porém, este fato fictício não foi contado pela minha
professora, infelizmente. Recordo que, nas noites frias de inverno, ao redor do
fogão à lenha, ficava eu ouvindo muita conversa dos meus pais e da minha
avó. Aliás, a minha avó, que nunca freqüentou a escola, era uma verdadeira
contista. Contava história pra gente dormir e para atiçar a curiosidade.
Começava ela: “era uma vez...” e eu virava só ouvidos. Voava no enredo da
história como se fosse uma pandorga empinada pelo vento.
Era uma vez o rei Arthur, da aldeia mais rica da Europa. Arthur resolveu, de
repente, abandonar a vida de solteiro; queria casar-se. Isso mesmo. Escolher
uma mulher da aldeia para ser a sua companheira e enamorada. Decidido, o
rei, fez uma espécie de concurso para escolher a felizarda. Disse na cartaconvite
de que todas as pretendentes deveriam entrevistar-se pessoalmente
com ele e, em seguida, receberiam as tarefas oralmente. Uma a uma, as
moças interessadas, ou melhor, fascinadas pela oportunidade única de viverem
os encantos e magias do castelo, foram chegando.
O rei Artur ordenou para a primeira candidata que ela deveria preparar o
almoço, indicando as caixas de comidas, os talheres de prata e ouro, os copos
de cristais, as travessas moldadas a ouro. Logo em seguida saiu para
trabalhar. Acontece que a candidata procurou por todos os ambientes do
castelo e não encontrou lenha para cozinhar o menu escolhido. Estamos no
século XVII, portanto fogão à gás e forno de microondas nem em sonho
existiam.
Voltando para casa, o rei ficou decepcionado com a candidata e a mandou
embora. Este fato se repetiu com outras candidatas. Que pena, dizia o rei,
contrariado com a ausência de comida preparada para o almoço e seguia o rito
de dispensar, educadamente, a candidata do dia.
No entanto, surpreendentemente, no oitavo dia, o rei voltou do trabalho e
encontrou uma linda ceia, preparada com pratos variados e diversas
sobremesas. Então, cheio de alegria, o rei exclamou: - “até que enfim encontrei
a mulher dos meus agrados!” Estando ele interessado para saber onde a
candidata Sofia havia conseguido lenha para o fogo, não tardou uma
explicação breve e carinhosa da moça escolhida. Disse Sofia: - “Preferi correr o
risco. Depois de percorrer todos os ambientes do castelo e não ter encontrado
a lenha para o fogo, escolhi quebrar uma mesa, abandonada lá no dormitório
das visitas, afinal ela estava tão inútil! Com os pedaços da madeira que
consegui fiz fogo no fogão e preparei os alimentos que agora vamos comer.
Bom apetite, amado rei Arthur!”
Com os vários ensinamentos que podemos extrair desta história quero
discorrer sobre o tema desta palestra. Criar é sinônimo de correr risco. A
história que acabei de contar tem este viés. Parece-me que uma das condições
para ser educador social nos tempos atuais é ter capacidade de criar. Criativo,
do latim
criatividade é a qualidade do criativo, capacidade que tem um falante nativo de
criar e compreender um número ilimitado de sentenças em sua língua.
Quero afirmar que para ser educador é preciso integrar competências e
sonhos. Criar, reinventar o mundo à nossa volta e despertar sonhos.
Parafraseando Carlos Drummond de Andrade: “porque sou do tamanho daquilo
que vejo, e não do tamanho da minha altura”.
O trabalho do educador social passa a ser encorajar cada indivíduo a atingir
sua potencialidade criativa, além de estimular e facilitar a ação comum. O que
temos diante de nossos olhos não é fato dado. Cada ação do educador social
pode estar precedida de inovação.
A política pedagógica precisa converter-se em um instrumento que conduza o
indivíduo a um diálogo criativo e inovador coma as dúvidas e interrogações do
nosso tempo, condição necessário para uma formação cidadã.
Edgar Morin, autor do livro
Futuro
certezas. No entanto, elas também ajudaram a revelar as zonas de incertezas.
Vamos a um fato: o estresse urbano causa muito sofrimento e dor nas crianças
e adolescentes, exatamente porque são as pessoas mais vulneráveis e
imaturas, as que mais precisam de amor e proteção. Segundo estudos das
ciências, sobretudo da psicologia, a criança não progride quando perturbada.
Assim, toda o programa de atendimento à criança e ao adolescente deve se
preocupar com atividades de desestressamento. Por exemplo, criar atividades
pedagógicas para despertar o riso. É que o riso se tornou clandestino em
nossos dias. Na escola não se ri. Na família não se ri. Tampouco nos
programas educacionais. Talvez pelo mito de que os educadores ao rirem ou
fazerem rir perdem a autoridade. Acontece que não há boa pedagogia sem o
riso, sem o bom humor. Quando estamos alegres interagimos de forma melhor
com o mundo, com o ambiente, com as pessoas.
O mundo sem o riso é feio, chato, estressante. Portanto, é preciso levar em
conta a alegria no processo ensino-aprendizagem. O educador pode ser uma
fonte de alegria e inspiração para o aluno.
É claro que o contexto social implica diretamente nestas propostas. Segundo a
antropóloga Cláudia Fonseca, autora do livro
Brasil, “barreiras de três metros de altura são erguidas como uma metáfora do
fosso crescente entre ricos e pobres diante das casas burguesas. A histeria
ante o fantasma da violência urbana é o efeito colateral. Desta maneira destaco
mais um atributo do educador social: a capacidade para compreender o
fenômeno violência.”
Querem nos “vender” a idéia de que a violência é algo normal, como se ela
fosse natural. Isso não podemos aceitar! No manifesto de Sevilha sobre a
Violência, redigido em 1986 e adotado pela Unesco, encontramos uma
resposta plausível para este caso: “Alguns dizem que a violência e a guerra
jamais acabarão, pois estão inscritas na nossa natureza biológica. Dizemos
que isso não é verdade. Da mesma maneira, em outros tempos se afirmava
que a escravidão e a dominação baseada em raça ou sexo estavam inscritas
na biologia humana. Alguns até tentaram provar isso. Agora sabemos que
estavam equivocados. A escravidão foi abolida, e hoje em dia põem-se em
prática todos os meios para acabar com a dominação baseada em raça e
sexo”.
Sem a menor dúvida, todo o educador social lida direta ou indiretamente com
formas explicitas ou implícitas de violência e suas conseqüências. As crianças
e adolescentes presenciam diariamente fatos violentos e hostis, ou são vítimas,
em seu ambiente doméstico e na sua comunidade, os quais influenciam
negativamente no desenvolvimento da pessoa. É preciso, portanto, que o
educador social esteja “aparelhado” para identificar, manejar com o fenômeno
com o qual estão convivendo.
Outro aspecto é contextualizar o atendimento à criança na história. A infância
foi recentemente inventada no mundo dos adultos. Segundo Emílio Garcia
Mendes, a infância vai pagar um alto preço pela sua invenção e vai ter uma
troca, um pacto perverso entre criança recém descoberta e o mundo dos
adultos.
A história registra o primeiro caso de proteção aos direitos da criança com
fundamento jurídico na Lei de Proteção dos Animais. No ano de 1895, em Nova
Iorque, pais são acusados de maus-tratos aos filhos menores de idade. O
processo foi ativado pela Associação Protetora dos Animais. Portanto, os
animais tiveram uma legislação prevista antes da infância.
No Brasil, desponta, no início do século XX, o movimento para a elaboração da
legislação para a organização da assistência e proteção ao menor abandonado
e delinqüente. Para a pesquisadora Irene Rizzini, o projeto do deputado Alcindo
Guanabara, 1906, foi o primeiro a tratar diretamente da regulamentação da
infância, tratada como “moralmente abandonada e delinqüente”.
Nas últimas décadas, a criança passou a ter uma importância como nunca
havia ocorrido antes. Hoje ela é estudada, descrita como categoria de ser
humano, a ter seu desenvolvimento previsto. A criança goza do direito à
educação como sujeito em condição peculiar de desenvolvimento. Para tanto, a
educação caminha para o centro da roda das políticas públicas.
Então, como política pública essencial, a educação deve se estruturar numa
lógica capaz de produzir os resultados esperados. Para a Unesco, relatório
sobre a Educação para o Século XXI, capítulo 4, os pilares da educação são
estes: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e
aprender a ser.
Aprender a conhecer: significa dominar os instrumentos do conhecimento, cada
criança com capacidade para interpretar a realidade em que vive.
Aprender a fazer: competências que tornem a pessoa apta para as
experiências sociais do trabalho.
Aprender a viver juntos: forma democrática de respeito pela diferença e
resoluções de conflitos.
Aprender a ser: que a educação contribua para o desenvolvimento total da
pessoa como um ser integral.
Com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente ocorreu uma
verdadeira revolução na concepção programática de proteção, promoção e
desenvolvimento da criança. O ECA surge como uma espécie de vacina contra
o vírus do abuso e da omissão. Cada cidadão tem nas mãos um instrumento
contra tantos desmandos políticos e miopia social. Os Conselho Tutelares,
encarregados por nós todos para zelar pelo cumprimento dos direitos da
criança e adolescente previstos em lei, devem produzir as estratégias para o
cumprimento dos compromissos assumidos, capazes de gerar impacto na vida
da população infanto-juvenil, que corresponde a quase metade da população
brasileira.
Com efeito, como promover uma cultura de paz e não-violência para este
segmento? Entendo que a resposta para esta indagação pode ser buscada nas
ações da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a
Cultura. Inquestionável oportunidade foi deflagrada pela Unesco no ano 2000:
o manifesto para a criação de uma cultura de paz e não-violência. O segundo
compromisso contido neste documento diz: “praticar a não-violência ativa,
rejeitando a violência em todas as suas formas: física, sexual, psicológica,
econômica e social, em particular contra os mais desprovidos e os mais
vulneráveis, tais como as crianças e os adolescentes.
A tarefa que temos em nossas mãos é gigantesca, pois, em épocas como a
nossa, sob o signo da transformação e da mudança, da banalização dos
valores, de desesperança, o educador social caminha quase que solitário,
como se estivesse num labirinto. Todavia, entrar num labirinto pressupõe correr
riscos e, não menos importante, uma grande aventura: encontrar a saída.
A pedagogia de Paulo Freire deixa claro que os sujeitos precisam tomar em
suas mãos a história de construção das suas caminhadas em direção ao “ser
mais”. Caminhadas que são marcadas pelo medo, pela luta, pela alegria, pelo
amor, mas que iniciadas não há mais volta.
Para “ser mais” é necessariamente preciso equilibrar (condição
o “ter mais”. No mundo do
como se ela não tivesse mais valor e sentido. Jurandir Freire, intelectual
brasileiro, sintetizou, de forma análoga ao libertário slogan da juventude dos
anos 60, “sexo, drogas e
drogas e
as formas de consumo.
Hoje, portanto, cada educador social precisa ver o mundo com outros olhos.
Educador e educando ampliam seus horizontes quando olham, compreendem
e analisam criticamente o contexto social que aí está. O desdobramento de
realizar a ação reflexiva permite ao educando e educador aprofundar a leitura
do mundo. Todavia, ninguém é só ingênuo ou somente crítico. O processo de
construção do conhecimento se desdobra em ingenuidade e criticidade e desta
forma à formulação de possibilidades, de maneira articulada, alegre e
rigorosamente competente. Aliás, é importante integrar competência, ética,
alegria, afetividade e discernimento ao processo de construção do
conhecimento. Segundo Paulo Freire, os métodos, técnicas e dinâmicas
assumem o papel de instrumentos dos quais o educador lança mão para
viabilizar a construção do conhecimento. Para aprofundar este último aspecto
seria preciso mais horas de trabalho e hoje não temos esta oportunidade.
Seguindo veremos outros atributos do educador social. Penso que para ser
educador é preciso paciência e estratégias para a criação e fortalecimento dos
vínculos sociais. Precisam ser instituídas medidas que apoiem as famílias em
suas lutas para vencer o limiar de pobreza que ameaça o vínculo. Para isso é
preciso modificar questões culturais. Escrevi um texto, que está publicado no
site da ABMP, sob o título “Abrigo: inclusão ou
refletir o que via, quase que diariamente, no Conselho Tutelar. Era assustador
constatar que muitos genitores, especialmente as mães (registre-se que eram
as que mais atendiam às notificações) acreditavam que o filho seria melhor
criado no abrigo ou com uma família de melhores posses. Estavam dispostas –
e achavam esta injustiça natural – a entregar os filhos, a energia e a alma
nesta luta desigual pela sobrevivência.
Há um ditado na língua materna de Nelson Mandela (Ditado Xhosa),
reproduzido pelo Centro de Investigações sobre Desenvolvimento Humano e
Educação Infantil da Universidade de São Paulo, que expressam a concepção
sobre desenvolvimento humano através dos vínculos, a saber:
ungamntu nganye abantu,
pessoas.
creatus, adjetivo criador, imaginação criativa. Segundo o Aurélio,Os Sete Saberes Necessários à Educação do, diz que as ciências permitiram que compreendêssemos muitasFamília, Fofoca e Honra, nosine-qua-nom)salve-se-quem-puder a palavra fica inflacionada,rock’n roll”, que o século XXI começou com sexo,credit card”. O templo de hoje é o shopping center, que celebra todasapartheidt?”, exatamente paraubuntuou seja, pessoas são pessoas através de outras
Até aqui pontuei alguns atributos do educador social: criatividade, inovação,
inspiração e vínculo. O olhar sobre o educador social implica noutras questões
de ordem político-pedagógicas. A discussão sobre os problemas sociais,
causadores de boa parte das mazelas que vemos, como a fome, gravidez
precoce e indesejada, AIDS e drogas, e os problemas gerados pela falta de
colocação de limites pelos pais às crianças e adolescentes. Mesmo interligadas
entre si cada questão exige um olhar específico.
Sobre a fome: o século XX deixa como herança guerras e genocídios, armas
nucleares e destruição do meio ambiente. Milhões de vítimas da miséria e da
fome permanecem como marcas da violência. Os avanços que a humanidade
deu, no campo político, tecnológico, das ciências não foram capazes de
diminuírem as causas da fome. O alimento não é direito apenas de quem tem
poder de compra, nem só de quem produz, mas de todas as pessoas. Assim,
todo o educador social deve estar sensível para acolher a criança e
adolescente que bate à porta com fome. O direito ao alimento está acima de
qualquer outra tarefa. Neste sentido, o anunciado Programa Fome Zero do
Governo Luís Inácio Lula da Silva, torna-se uma esperança para a toda a
sociedade.
Disse Leonardo Boff, no III FSM, que é próprio do ser humano o cuidado.
Quando nós cuidamos uns dos outros não temos mais medo, temos a
segurança. Por isso Gandhi, esse grande político humanista, já dizia que a
política é o cuidado com as coisas do povo, a amorosidade com as coisas
comuns. E graças a Deus em nosso país estamos inaugurando uma política
que coloca como centro das atenções o cuidado com a fome de milhões de
excluídos.
Drogas: problema complexo este das drogas. O avanço da legislação, as
campanhas sobre uso e dependência química, a abertura do diálogo não foram
suficientes para minimizarem a tragédia da droga. Por exemplo, a droga atinge
aproximadamente 7 de cada grupo de 10 adolescentes infratores. Uma recente
pesquisa da UNESCO revelou que o RS é a Unidade da Federação que mais
consome drogas, lícitas e ilícitas, nas escolas.
Portanto, antes que as pessoas em tenra idade sejam objeto de consumo é
preciso o educador social se coloque à disposição para dialogar com este
sujeito, sobre o ato de drogar-se e seus pressupostos. Antes de ser contra ou a
favor, é necessário apostar no sujeito como uma questão de saúde pública.
Dedicar-se à prevenção do consumo de drogas é trabalhar com a promoção da
vida. Que a vida seja a “viagem” mais fascinante que alguém possa construir
para si mesmo.
Gravidez precoce e indesejada: A gravidez precoce e indesejada, segundo
Ministério da Saúde, atingiu cerca de 17 mil meninas só em 2001.
Evidentemente que ela tem relação direta com o incentivo provocado pela
mídia. Virou uma vitrine de exposição do corpo. Programas como Big Brother
Brasil da Globo, Casa dos Artistas do SBT e outros tantos exploram às últimas
conseqüências o sexo para manutenção de índices de audiência. Estamos
assistindo um escárnio dos valores humanos. Segundo Arnoldo José de Houos
Guevara, os meios de comunicação atualmente dominam o consciente coletivo;
são instrumentos da sociedade de consumo, que está baseada em valores
puramente materiais, na direção dos quais é manipulada permanentemente a
população”.
Colocação de limites: Neste sentido, abro um parêntesis para um
questionamento, quase uma constante nas intervenções de trabalho junto às
crianças e adolescentes da periferia
expressão recorrente, que resume mitos e verdades. Urge a necessidade de
codificá-la, esmiuçá-la, compreendê-la, portanto, e, por assim dizer, impedir
que este jargão se materialize em nosso meio.
Plantou-se a idéia de que os alunos e filhos só têm direitos. O ECA é o
principal acusado deste enredo. Porém, tudo indica que os acusadores não
leram o Capítulo I do Estatuto, que, no seu artigo 6º, traz a regra básica de
interpretação de todos os demais artigos, a saber: “na interpretação desta Lei
levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências de bem comum,
individuais e coletivos e a condição peculiar daE mais: o Estatuto responsabiliza penalmente os adolescentes autores de atoDelcio Antonio Agliardi
os direitos e deveres
criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento”.
infracional, conduta descrita como crime ou contravenção penal. A nova lei
impõe ao adolescente (pessoa entre 12 e 18 anos de idade) a quem se atribui
autoria de infração o devido processo e, se confirmada a autoria, receberá
medidas socioeducativas, desde advertência até internação – medida privativa
de liberdade – levando-se em consideração a natureza e gravidade do delito
praticado.
“Poder-se-ia dizer, usando uma metáfora, que direitos e deveres são como o
verso e o reverso de uma mesma moeda”. Ou ainda, “o bem-me-quer e o malme-
quer da velha e universal brincadeira infantil. Neste caso, a regra da
brincadeira não permite que se despenque apenas as pétalas do bem-me-quer,
e no caso da moeda, que não se olhe apenas para o verso”.
Por fim, repito, a criança e o adolescente precisam ser estimulados no
processo de aprendizagem. Ao fazer isso, o educador social atiça na criança o
desejo e a curiosidade, palavras-chave no processo de educação e
constituição do sujeito. Portanto, cada um constitui uma relação de sentido e
significado.
Muito obrigado pela oportunidade, espero ter contribuído de alguma maneira
com o pensar sobre o papel e os atributos do educador social. Encerro com
uma citação do navegador Amyr Klink: “A maior condenação a que estamos
sujeitos no futuro será por omissão, por que meios para se fazer muitas coisas
lindas e impossíveis existem.”
Muito obrigado.
Delcio Antonio Agliardi













MOTIVAÇÃO NO TRABALHO EM EQUIPE


Certo jovem estava passando por um
povoado e, aproximando-se de um ancião,
perguntou-lhe:
- Que tipo de pessoas vive neste lugar?
- Que tipo de pessoas vive no lugar de onde
você vem? – perguntou o ancião.
- Ah! De onde venho, as pessoas são
egoístas, desonestas e mal-intencionadas –
replicou o rapaz – Estou satisfeito por ter
deixado aquele lugar.
E o velho respondeu:
- Sinto dizer, mas encontrará o mesmo tipo de pessoas aqui.
E o rapaz, desapontado, seguiu o seu caminho.
Naquele mesmo dia, outro jovem que passava por ali abordou o ancião e
perguntou-lhe:
- Meu senhor, bom dia. Pode me dizer que tipo de pessoas vive por aqui?
E o velho respondeu com a mesma pergunta:
- Que tipo de pessoas vive no lugar de onde você vem?
- Ah! Venho de um lugar onde as pessoas são amigas, honestas e
hospitaleiras. Fiquei muito triste em deixá-las.
- Que bom meu rapaz! O mesmo tipo de pessoas encontrará aqui!
Você já deve ter percebido que algumas pessoas reclamam de tudo e de todos;
nada está bom; tudo é culpa dos outros: da equipe, da empresa, do chefe, do
governo, do clima, e assim vai. O interessante é que essas pessoas, com o
tempo, mudam de departamento ou até de empresa, e no inicio tudo vai muito
bem, contudo, com o passar do tempo, aos poucos, as coisas se tornam iguais
ou piores do que eram antes, levando-as a se perguntar: “
aconteceu? Estava tudo tão bom no início. Porque as coisas ficaram ruins
novamente?
ambiente, mas não mudam o seu jeito de enxergar as coisas, o seu modelo
mental e, principalmente, não mudam o seu comportamento.
O ser humano é um ser relacional. Nós existimos para conviver (“
contudo, construir um ambiente de trabalho agradável e trabalhar em equipe
são os grandes desafios que encontramos em nosso dia-a-dia, não é mesmo?
No tocante ao trabalho em equipe, existem basicamente dois tipos de
profissionais: Os que influenciam e impactam o ambiente, e os que se deixam
influenciar por ele. Pense bem: em qual desses dois grupos você se encaixa?
Antes de reclamarmos da equipe, do ambiente de trabalho ou do clima
organizacional, que tal fazer-nos algumas perguntas importantes:
- Quanto eu contribuo para que o trabalho em equipe e o ambiente de trabalho
sejam melhores?
- Eu influencio o ambiente, ou me deixo influenciar por ele?
- O que eu posso fazer pra ajudar a melhorar o meu ambiente de trabalho?
Se você deseja que as coisas melhorem, em vez de reclamar, faça a sua parte.
Parafraseando o que disse Gandhi: “ Seja a mudança que você quer ver no mundouma dica:Seja a mudança que você quer ver em sua equipe e em seu ambiente de trabalho”.
Comece a mudança por você. Só assim ele vai melhorar!

 
 
 
 
 
 
 






O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (1990) define
a população infanto-juvenil como sujeitos de direitos,
garantindo política social na perspectiva da proteção integral
às crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e
social. A preocupação central deste trabalho foi conhecer e
analisar o atendimento prestado pelas entidades do município de Londrina/PR
à este segmento, em situação de violência intrafamiliar. O estudo procurou
ainda destacar a importância da relação estabelecida entre as referidas
entidades e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
(CMDCA), tanto no que se refere à formulação de políticas públicas quanto à
capacidade das entidades em dar atendimento a esta população etária. Ao
CMDCA compete ainda efetuar a fiscalização das políticas públicas voltadas
para a criança e o adolescente, a partir de um cadastro e emissão de
certificado às entidades executoras dos serviços, de diferentes naturezas
(públicas e privadas), a fim de garantir e priorizar as finalidades dos serviços,
com qualidade. O estudo tornou-se relevante, uma vez que permitiu conhecer,
identificar e analisar a rede prestadora de serviços à criança e ao adolescente
em situação de violência em Londrina. Isso significa dimensionar o universo
das entidades, dando maior visibilidade as suas formas de atuar nas questões
relacionadas à violência, conforme estabelecido no ECA.

METODOLOGIA:


A metodologia deste trabalho compreendeu uma pesquisa qualitativa
envolvendo as instituições que prestam atendimento à crianças e adolescentes
em situação de violência intrafamiliar no ano de 2004/05 no município de
Londrina. A primeira aproximação para a realização da pesquisa se deu junto
ao CMDCA de Londrina, mediante obtenção da relação das 39 instituições
cadastradas no conselho. Das 39 instituições apenas cinco foram selecionadas
por atenderem à questão da violência intrafamiliar praticada contra a população
infanto-juvenil. A segunda aproximação junto ao CMDCA se deu através de
participação em reuniões ordinárias do conselho com o objetivo de observar e
conhecer a dinâmica estabelecida nas reuniões, bem como a forma de atuação
dos conselheiros tanto da sociedade civil como do poder público, no que se
refere à política de atendimento local implementadas para crianças e
adolescentes em situação de risco pessoal e social. Foram realizadas ainda
leituras e análise das atas das reuniões. A pesquisa procurou analisar a
atuação das instituições e sua relação com o CMDCA, no sentido de verificar
em que medida a participação e o controle exercido pelo conselho garanta a
efetivação dos direitos da criança e do adolescente através das referidas
instituições.

RESULTADOS:

Nas entrevistas com os profissionais responsáveis pelo atendimento nas
entidades pesquisadas foi possível constatar que, das 39 entidades, apenas
cinco prestam serviços na área de prevenção e combate à violência
intrafamiliar contra a criança e adolescente. Representantes de três instituições
reconheceram a deficiência da política pública municipal que, somada ao baixo
recurso financeiro, à precarização de infraestrutura e contratação reduzida de
profissionais especializados, têm afetado negativamente o atendimento a estes
usuários, ocasionando uma demanda reprimida, não garantindo atendimento
de qualidade. No que se refere à avaliação institucional, foi identificado em 4
instituições, que o instrumento utilizado tem por objetivado apenas o controle
de dados quantitativos dos serviços prestados, sem levar em consideração a
dimensão política da avaliação: alcance dos objetivos, qualidade dos serviços,
impactos sociais e garantias de direitos. Verificou-se ainda, que não há uma
política de qualificação profissional em 4 instituições, prevalecendo a prática
fundamentada no senso comum e no empirismo, colocando em risco a
qualidade dos serviços prestados. Foi constatado que os serviços existentes no
município não tem a característica de trabalho em rede. Constatou-se, ainda,
que o CMDCA não tem desempenhado sua função enquanto fiscalizador e
formulador da política de atendimento. Pautas extensas provocam o
esvaziamento das reuniões, ocorrendo deliberações sem a participação dos
membros da sociedade civil, prevalecendo a vontade dos representantes do
poder constituído. As discussões priorizadas são de naturezas emergenciais e
pontuais não assegurando a efetivação de uma política de atendimento que
garanta direitos.


CONCLUSÕES:
Diante dos resultados, torna-se imprescindível para a consolidação dos direitos
de crianças e adolescentes em situação de violência intrafamiliar, a
implementação de políticas públicas que concretize a proteção integral a este
segmento etário. É fundamental que o poder público substitua ações
emergenciais e pontuais que reiteram continuamente a passividade e o
conformismo da população, por políticas sociais assentadas nos princípios da
emancipação e da autonomia. Assim, são necessários investimentos
significativos em recursos financeiros, na qualificação de profissionais, técnicos
e outros interlocutores, ampliando o nível de compromisso dos envolvidos no
combate cotidiano do fenômeno da violência. Além disso, a prática sistemática
de avaliação de programas sociais deve direcionar a ação dos profissionais
comprometidos com a intervenção competente das entidades de atendimento,
mediante um trabalho articulado e integrado, constituindo uma rede de serviços
capaz de consolidar direitos à população referenciada. Nesta perspectiva, o
CMDCA deve instituir práticas democráticas que garantam a autonomia dos
conselheiros através do diálogo plural capaz de exercer funções e atribuições
de natureza deliberativa, com propostas que beneficiem o coletivo. O CMDCA
deve ainda, criar condições para a efetivação do processo de participação e o
controle social, negando toda e qualquer postura autoritária por parte do poder
constituído, contribuindo para viabilização de políticas públicas.








A HORA E A VEZ DO TALENTO


Paulo Henrique Bolgar

 


 

É difícil definir com exatidão o que é talento. Conforme definido por Simon
Franco - em seu livro “Profissionauta” (Franco, 2001: 37), talento é a
capacidade quase “natural” de realizar algo muito bem. Não podemos
desprezar que há quem acredite que o talento é algo inato. Mas na maior parte
dos casos, o talento é fruto de muito trabalho, dedicação e aperfeiçoamento.
Entretanto, existe algo que aparece na maior parte das pessoas ditas
“talentosas”. Elas gostam do que fazem, ou seja, possuem uma dedicação
movida pelo prazer de fazer aquilo que gostam.
Hoje, encontramos no mercado pessoas que são movidas somente pelos
modismos, opinião de familiares, interesses financeiros e menos por sua
paixão. São pessoas menos entusiasmadas com o que fazem e
consequentemente nunca conseguem grandes resultados na vida.
Outra característica do talento é certa raridade. O talento é a diferença. O que
eu faço e gosto de fazer tão bem que me torna único? Qual é a personalidade
do meu talento? É respondendo questões como estas que podemos descobrir
a “diferença talentosa”. Mas o talento não cai do céu, ele e fruto de algo
construído a partir do esforço de cada um, desde que dirigido para aquilo que
realmente nos interessa e nos dá prazer.
Segundo o dicionário Aurélio, talento significa “peso e moeda da antiguidade
grega e romana, aptidão natural ou habilidade adquirida, inteligência
excepcional”, ou seja, ao mesmo tempo que talento significa uma habilidade
inata, também significa uma moeda de valor e atualmente é esse valor que vai
fazer a grande diferença para as empresas, pois todas as organizações estão
querendo contratar os tais “talentos”.
Mas eles são poucos, porque poucos são realmente diferentes. Como eles são
poucos e diferentes, voltamos ao ponto citado anteriormente: a empresa perde
o controle sobre o profissional. Precisa conquistá-lo. Para o profissional
talentoso, o horizonte é o mercado, não a empresa.
A hora e a vez do talento
Todas as ferramentas e processos usados, durante muito tempo, para
conquistar e reter clientes agora estão sendo usados para atrair e reter os
profissionais. Não podemos negar que houve mudanças profundas no mundo
do trabalho e talvez a mais forte tenha sido o sentimento de desligamento do
profissional com a empresa. Agora, mudar de emprego várias vezes não é
mais um problema, o profissional pode ser valorizado pelo fato de estar
buscando uma diversificação de experiências.
O funcionário de hoje é cada vez mais investigador, ele investe seu talento e
espera um retorno adequado. A empresa não é um fim em si mesma, é a
infraestrutura, o meio pelo qual os profissionais realizam o trabalho e buscam
suas realizações. Essa nova concepção do trabalho também ajuda a
compreender porque a permanência durante longos anos em um mesmo
emprego deixou de ser importante. A lealdade é ao trabalho, aos objetivos
propostos, aos resultados – não mais à empresa.
Este novo paradigma é muito satisfatório ao profissional, pois do mesmo modo
em que as empresas tiveram de se abrir ao consumidor, ouvi-lo, respeitar sua
opinião e colocá-lo no lugar mais importante, agora estão tendo que fazer o
mesmo com os profissionais.
Atualmente a escolha não parte somente do profissional para com a empresa,
mas a escolha é mutua. Tão fundamental como identificar talentos, será ser
identificada pelos talentos e desejada como local para se trabalhar.
Planejando sua Carreira
Quando falamos de planejamento de carreira, não se quer dizer que é preciso
estabelecer um roteiro detalhado para o desenvolvimento de suas atividades
profissionais ao longo do tempo. A rapidez das mudanças, o surgimento de
oportunidades e as ameaças inesperadas não se subordinam a qualquer plano
que possamos fazer. Entretanto, é fundamental estabelecer para si mesmo um
conjunto de objetivos e metas a ser alcançado a curtos e médios prazos,
mantendo-se uma estratégia flexível.
O primeiro passo para o planejamento é encontrar nosso talento, a “razão de
ser” de um profissional. Temos que primeiro identificar o que queremos e do
que somos capazes de fazer, questione-se: É isso mesmo que me faz sentir
bem? É esta atividade que me motiva e provoca minha criatividade? É ou era
exatamente isso que eu queria para minha vida? Temos que refletir muito
sobre isso, pois será a partir dessa tentativa de conhecer seu próprio desejo
que você poderá encontrar o ponto ao qual se dedicar e em que direção você
deve desenvolver seu talento.
Podemos notar que o ponto de partida de todo processo de carreira é o
autoconhecimento e para que este processo aconteça de maneira mais
profunda, é que vários especialistas em carreira estão recomendando
fortemente a terapia.
É importante conhecer seus pontos fortes e suas
necessidades de desenvolvimento e muito mais quais são os seus medos.
 A próxima etapa do planejamento é a análise da situação. Trata-se de entender
o mundo no qual você está inserido, para assim perceber quais são suas
vantagens e deficiências. Entendendo primeiramente meus ativos
(conhecimentos, competências, resultados alcançados, etc.) e depois o
mercado alvo que quero atingir (empresas que precisam dos meus ativos),
teremos a possibilidade de entendermos nossas deficiências e pontos fortes
para a partir daí estabelecermos um plano de desenvolvimento.

Além desta análise e do planejamento, há algumas dicas que são dadas pelos
principais profissionais desta área de carreira, tais como:

Invista em auto-conhecimento, identifique o que você gosta de fazer e no que você realmente é bom, identifique suas competências.
  
·         Trate sua carreira como um negócio. Tenha um plano de carreira em longo prazo, que seja revisado todo ano.
·             Tenha identificado um mentor que lhe ajude em suas decisões de carreira e desenvolvimento.
·            Entenda o seu mercado de trabalho - como funciona e todos os players deste mercado
·            Leia e conheça muitas informações sobre seu mercado alvo (empresas-alvo)
·           Tenha certeza que sua educação formal está de acordo com seu plano de carreira
 
·           Tenha um plano (dinheiro e carreira) para lidar com as turbulências do mercado de trabalho.
·         Aprenda como gerenciar seu networking muito bem. Segundo pesquisas, em 2001 mais de 80% das vagas de executivos foram preenchidas por indicações de outras pessoas. Há livros muito interessantes que dão dicas sobre este processo
·            Estabeleça um networking (contatos) em todos os níveis
·           Esteja sempre encontrando caminhos para desenvolver novas competências – cursos, palestras, atividades sociais, esportes, leituras, equipes de trabalho multifuncional, etc.
·           Tenha habilidades de relacionamento e de comunicação muito desenvolvidas
·         Seja flexível. Esteja aberto para avaliar mudanças de carreira, incluindo tornar-se um consultor ou ter seu próprio negócio. Por que não?
  
·           Por último, não tenha medo de uma transição de carreira. Sempre esteja preparado para isso.

As perguntas que sempre devem ser feitas: Há oportunidades? Possuo condições vantajosas e diferenciadas? O que é deficitário em mim que deve ser melhorado, para que eu possa alcançar crescimento profissional nessa organização? Ao mesmo tempo em que você pensa no seu planejamento e faz sua avaliação pessoal, você acaba avaliando a empresa em que trabalha.

A vida além do trabalho

Há um aspecto importante neste tipo de planejamento estratégico que propomos anteriormente: este planejamento deve incluir não só o trabalho, mas também o não-trabalho. Ou seja, os objetivos e metas devem incluir, necessariamente, os aspectos mais importantes da vida, tais como: família, hobbies, viagens, arte, cultura, lazer, etc. Aliás, outras duas grandes dicas que não citei anteriormente, mas que deixei para colocá-las agora:
·            Tenha uma rica e interessante vida pessoal. Considere sua vida mais importante que seu trabalho/emprego. Tenha outros interesses além da minha carreira. Trabalhe para uma causa/tenha um significado para a vida.
·          Cuide de sua saúde. Pratique esportes, cuide de sua alimentação, o resultado será mais disposição para trabalhar e viver.

Tudo isso mostra que além das características profissionais – formação, experiência, comunicabilidade, salário, etc. – a relação dos elementos fundamentais da vida devem ser preservados e valorizados. A primeira razão para isso é humanista, ou seja, se não for para viver bem, tanto do ponto de vista pessoal quanto social, o trabalho perde o sentido. A outra razão é que as pessoas viciadas em trabalho têm progressivamente menos chances de conseguir boas colocações.

*Paulo Henrique Bolgar - Gerente de Recursos Humanos da Rockwell Automation do Brasil e Mestrando de Administração de Empresas pela PUC-SP.


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1) Disponível em: <http://www.saralidade.com/2008/06/precisa-se-depessoas.
html>, acesso em 10/07/2012.
2) Disponível em:
<http://educador.brasilescola.com/orientacoes/pedagogiasensibilidade.
htm>, acesso em 10/07/2012.
3) Disponível em: <http://www.abmp.org.br/textos/132.htm>, acesso em
10/07/2012
4) Disponível em: <http://www.blogdofabossi.com.br/2012/06/convivenciatrabalho-
em-equipe/>, acesso em 10/07/2012.
5) Disponível em: <http://www.gestaodecarreira.com.br/coaching/avaliacaode-
desempenho/a-hora-e-a-vez-do-talento.html>, acesso em
10/07/2012.
6) Disponível em:
<http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/SENIOR/RESUMOS/resumo_1342.
htm>, acesso em 10/07/2012.







     
    O PAPEL DO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DAS ENTIDADES SOCIAS: GARANTIA DE DIREITOS