Pastoral do Menor
Introdução
A Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil-CNBB conta com o Setor de Pastoral Social, cujo Setor
encontrou sua fundamentação teológica em duas noções: a de ser “presença e serviço na sociedade” . A
Pastoral Social é um serviço da Igreja voltado para as diferentes situações
como, saúde, terra, trabalho, moradia, crianças e adolescentes... o que
justifica a existência de um Setor com a finalidade de congregar todos esses
serviços. Por sua vez, a complexidade da sociedade encontra respostas na
complexidade das pastorais sociais. A Pastoral do Menor é uma das pastorais
sociais que, sob a coordenação da CNBB, integram o Setor.
A Pastoral do Menor tem seus inícios na cidade de São Paulo, no ano
de 1977 tendo como missão a “promoção e
defesa da vida da criança e do adolescente empobrecido e em situação de risco,
desrespeitados em seus direitos fundamentais”. A partir de 1982, com a
realização das Semanas Ecumênicas em São Paulo, iniciativa da Pastoral do
Menor, a organização foi ganhando força e se enraizando em outras cidades e
estados brasileiros. Em 1987, com a Campanha da Fraternidade da CNBB, que
trazia como tema “A Fraternidade e o Menor” e como lema “Quem acolhe o menor a mim acolhe”,
essa pastoral ganhou um novo impulso. Está presente hoje em 21 Estados da Federação.
Objetivos
“A
Pastoral do Menor se propõe, à luz do evangelho, estimular um processo que visa
à sensibilização, à conscientização crítica, à organização e à mobilização da
sociedade como um todo, na busca de uma resposta transformadora, global,
unitária e integrada à situação da criança e do adolescente empobrecidos e em
situação de risco, promovendo, nos projetos de atendimento direto, a
participação das crianças e adolescentes, como protagonistas do mesmo
processo.”
São objetivos específicos da Pastoral do
Menor:
a. Sensibilizar os vários segmentos da
sociedade, e esta como um todo, para posturas e ações efetivas em favor da
defesa dos direitos das crianças e adolescentes em situação de risco;
b. Estimular o trabalho de base, dentro
da linha comunitária, em vista de uma democracia participativa;
c. Incentivar um novo tipo de relação
entre as crianças e adolescentes, educadores e comunidade em geral;
d. Desenvolver ações capazes de apontar
caminhos a serem assumidos pela sociedade e pelo poder público;
e. Denunciar toda forma de negligência e
violência contra a criança e o adolescente;
f.Sensibilizar e mobilizar os diversos
segmentos da Igreja e da sociedade acerca da criança e do adolescente, como
sujeitos de direitos garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Atuação Social
A Pastoral do Menor marca
sua presença na sociedade, através de duas linhas básicas:
1) Nas
políticas públicas: aqui
a ação se volta para contribuir no fortalecimento dos Fóruns, na implantação e
valorização dos Conselhos de Direitos, Tutelares, e dos demais conselhos
setoriais, dinamizando a mobilização da sociedade para garantir o exercício de
Políticas Públicas, em favor do princípio da prioridade absoluta;
2) Através do
atendimento direto, com
programas de defesa e promoção dos direitos fundamentais das crianças e
adolescentes empobrecidos e em situação de risco, de acordo com as normativas
legais da prioridade absoluta – Constituição Federal e Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Para
essa atuação a Pastoral do Menor se pauta também na agenda nacional, procurando
articular-se em rede com os demais organismos, preocupa-se em manter viva sua
dimensão evangelizadora, facilitar a contínua formação, capacitação e
qualificação de seus agentes.
Articulação
A Pastoral do Menor
procura articular-se em rede com outros organismos que atuam na área da criança
e adolescente em situação de vulnerabilidade. Dentre estes atores sociais,
destacam-se principalmente: CONANDA - Conselho Nacional dos Direitos da
Criança e Adolescente (O conanda
é um Conselho Paritário que agrega em igual quantidade, representantes das
Entidades Não Governamentais - Sociedade Civil Organizada e representantes de
Entidades Governamentais) e Fórum DCA - Fórum Nacional dos Direitos da Criança
e Adolescente (agrega as Entidades da Sociedade Civil Organizada): Estas duas
instâncias de âmbito nacional agregam especificamente entidades que atuam na
área da criança e adolescente empobrecidos e em situação de risco. Como a
Pastoral do Menor é membro destas duas instâncias, sua relação com os demais
atores sociais, dá-se através da definição das grandes agendas em âmbito
nacional. Dentre os atores destacamos: Movimento Nacional de Meninos e Meninas
de Rua, (com o MMNMMR, em alguns Regionais há um trabalho bem mais próximo na
luta pela defesa de direitos, nos Conselhos e Fóruns municipais e estaduais),
Amencar, ... ;
ANCED – Associação Nacional dos
Centros de Defesa da Criança e do Adolescente: A PaMen coordena 04 Centros de Defesa
dos Direitos da Criança e do Adolescentes, em 04 estados, sendo os mesmos
responsáveis pela execução do Programa de Liberdade Assistida, o que torna
muito estreita nossa relação com a Associação Nacional. A ANCED tem
possibilitado à Pastoral do Menor o alcance a informações e dados sobre a
realidade da infância e adolescência, particularmente, nos temas como:
violência doméstica e institucional, trabalho infantil, nutrição e educação.
Eixos
Na terceira Assembléia
Nacional da Pastoral do Menor destacamos como eixos fundamentais da nossa
prática: Mística - Solidariedade - Justiça - Organização.
Mística: A Mística é a força do
Espírito da Vida agindo em nos, que dá entusiasmo e animo para o trabalho. É
uma espécie de motor secreto do compromisso do agente com as meninas e meninos
empobrecidos, que sustenta sua esperança e dá forças para continuar agindo. A
Mística é o modo de ser, de pensar e de agir que faz com que o agente se sinta
envolvido constantemente com uma causa que é essencial, um motivo que
impulsiona a ação, a vida... A Mística da Pastoral do Menor é esse motivo
escondido que responde à pergunta: "Porque faço aquilo que faço?" É
através de sua mística que a Pastoral do Menor se manifesta como presença da
Igreja na defesa da vida. Essa aproximação torna a presença da Graça
libertadora algo concreto, histórico. É o lado divino presente no mundo da
dês-graça para libertá-lo.
Solidariedade: A Solidariedade é a
expressão de uma atitude de presença amiga, de serviço, de quem possui um
coração que se compadece com o sofrimento das crianças e dos adolescentes,
porque os sente como seus. A Solidariedade é a expressão da mística que se faz
ação em favor dos excluídos. Ela é a resposta ativa da Igreja na sociedade de
exclusão. A Pastoral do Menor encontra na Solidariedade a motivação mais
profunda do engajamento que pauta a fé crista; é a fé concretizando em obras.
Significa trabalhar também para que a sociedade reconheça que todos os seres
humanos possuem direitos naturais. São trabalhos que testemunham o amor
misericordioso do Pai. Na linha da Solidariedade enquadram-se as Áreas de Ação
da Pastoral do Menor.
Justiça: A Justiça é a virtude que
regula as relações pessoais permitindo que cada pessoa seja tratada com total
dignidade e valor transcendental. Ela exige o justo ordenamento dos bens comuns
na sociedade e proíbe as desigualdades humanas, especialmente em se tratando
daqueles que não têm condição de se defender. A Justiça busca a igualdade para
todos. Portanto, toda situação que fere os direitos e a dignidade fundamental
da pessoa é injustiça, vai contra o projeto e a vontade de Deus. Ao longo de
toda a história da bíblia, a justiça tem designado freqüentemente o exercício
desta virtude aos juizes e tribunais (Dt 16,18). De modo particular, o rei, tem
a missão de exercer a justiça no meio do povo (Pr 16, 13). Os profetas clamam
contra as injustiça cometidas por reis e juizes que oprimem os pobres,
lembrando que essas injustiça, constituem ofensa à própria santidade de Deus
(Am 5,7- 15). No Novo Testamento, a Justiça se concretiza em dois sentidos
fundamentais: seja na realização do Reino de Deus, inaugurado por Jesus, seja
na atuação ética da pessoa humana conforme a vontade de Deus. Jesus é aquele
que manifesta a justiça do Pai e em toda a sua vida pública. Ele é o mestre que
ensina a justiça por meio de palavras e ações, e motiva a comunidade a lutar
pela justiça que liberta a todos.
Organização: A Organização se expressa
no conjunto das Áreas de Ação e dos Serviços, com as estruturas necessárias
para seu funcionamento, sua articulação, sua sustentação e a divulgação da
Pastoral do Menor. A Organização visa superar medidas puramente técnicas,
assistencialistas e paternalistas, estimulando as potencialidades humanas das
crianças e adolescentes, num processo formador para o exercício pleno da
cidadania e dos direitos humanos.
Areas de Atuação
São Áreas de Ação da
Pastoral do Menor:
Crianças e Adolescentes Empobrecidos e
em Situação de Risco:
Objetivo: “Desenvolver e apoiar estratégias de
inclusão social de crianças e adolescentes empobrecidos, em situação de rua,
violência, abuso e exploração, nos meios urbano e rural, através de programas
pedagógicos, sociais, culturais e profissionalizantes que visem o seu
desenvolvimento integral”.
Programas de Atendimento:
a. Abordagem de crianças e
adolescentes em situação de rua;
b. Apoio sócio - educativo em meio aberto:
b. Apoio sócio - educativo em meio aberto:
·
Apoio
pedagógico;
·
Atividades
culturais, esportivas e de lazer;
·
Qualificação
e Inclusão no Mundo do Trabalho;
·
Combate
à violência, abuso e exploração sexual;
·
Prevenção
e Encaminhamento ao Tratamento de Drogaditos.
c. Abrigos.
Adolescente Autor(a) de Ato
Infracional:
Objetivo: “Contribuir para a qualidade do
atendimento ao adolescente autor(a) de ato infracional, através da
implementação das Medidas Sócio- Educativas em meio aberto, previstas pelo ECA,
art. 112, em consonância com as diretrizes do CONANDA”.
Programas de Atendimento:
a.
Liberdade
Assistida;
b.
Prestação
de Serviço à Comunidade.
Família das Crianças e
Adolescentes:
Objetivo: “Desenvolver e apoiar ações junto às
famílias, despertando suas potencialidades e capacidade critica, situando-as no
contexto sócio-econômico-político e cultural para que sejam protagonistas de
mudança”.
Programas de Atendimento:
a . Orientação e Apoio Sócio Familiar
Políticas Publicas de Promoção e
Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes:
Objetivo: Contribuir para a criação e
fortalecimento dos Fóruns DCA e afins, bem como, para a implantação e
implementação dos Conselhos de Direitos e seus respectivos Fundos, Conselhos
Tutelares, da Assistência Social, da Saúde e outros, sensibilizando e
mobilizando a sociedade organizada, para garantir a execução de Políticas
Públicas em conformidade com o Principio da Prioridade Absoluta.
Programas de Atendimento:
a. Fortalecimento do Sistema de Garantia
de Direitos;
b. Formação de Conselheiros e Operadores
de Direitos;
c. Formação de Agentes.
c. Formação de Agentes.
Datas
da Ação Pastoral
Dia 24 de junho “Seminário da Ação
Pasrtoral”
Local: Avenida Alvaro Ramos, 366 –
Centro Pastoral São José
Horário: 9:00
Dia 24 de junho “Reunião Mensal”
Local: Avenida Alvaro Ramos, 366 –
Centro Pastoral São José
Horário: 9:00
Dia 25 de julho “Formação Ampliada”
Local: Avenida Alvaro Ramos, 366 –
Centro Pastoral São José
Horário: 9:00
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